"O homem que vive com os lobos"

Onde é que eu já vi isto?....

Muito temos ainda a aprender com a vida natural que nos cerca. Cada vez mais a nossa relação com a natureza tem de ser mais próxima e mais compreensiva. Pormo-nos do lado daqueles que observamos poderá ser muitas vezes um ponto de partida. Certamente que há muitas formas de fazer... umas mais simples, outras mais ousadas (loucas, dirão alguns), mas tudo em prol da coexistência neste espaço chamado Terra e que para alguns parece demasiado pequeno.
É, decerto, este encontro com o mundo natural que fazemos na vivência do livro da selva. Brincar que não somos nós mas uma imagem do que podíamos ser ou de uma outra realidade que nos ultrapassa, acaba por ser sempre uma forma de crescer. Crescer porque assumimos nessas brincadeiras coisas tão importantes como o respeito, a lealdade, a protecção dos mais fracos, a responsabilidade,...
Kipling deve estar a sorrir por ser trazida à luz, mais uma vez, a evidência de tudo o que ficcionou em Mawgli :) senão vejamos... onde é que eu já vi isto?...

"A curiosidade e paixão pelos lobos levaram o britânico Shaun Ellis a viver em meio selvagem, integrado numa matilha de lobos. Uivou, rosnou, comeu carne crua e sobreviveu. A experiência está agora relatada em livro.
O primeiro contacto com lobos foi num jardim zoológico, de onde foi despedido porque queria libertá-los. Passou depois sete anos a observar de perto o seu comportamento, no Estado de Idaho, nos EUA. Mas não foi suficiente.
Durante 18 meses, este britânico viveu com uma matilha de lobos nas Rocky Mountains. Uivou, rosnou, comeu carne crua e passou a ser um deles. “O medo transformou-se num saudável respeito. Havia uma linha ténue entre ser aceite e ser expulso do grupo, ou até mesmo ferido ou morto”, disse, em entrevista à BBC.
A experiência de vida selvagem está relatada no livro “The Man Who Lives With Wolves” ("O Homem que Vive com os Lobos"), da editora Harper Collins.
Mal dormiu nas primeiras semanas. Mas “nesse animal, em que a maioria das pessoas vê um matador selvagem e impiedoso”, Shaun Ellis descobriu mais.
“Fui criado pelos meus pais e também pelos meus avós, assim como os lobos são. Isso parece criar aquele equilíbrio natural, em que os menos experientes ganham experiência e conhecimento por ter um animal mais velho para guiá-los”, explicou.
E percebeu logo que a hierarquia também está expressa na hora de comer. “Cada grupo come uma parte diferente da caça. Os líderes comiam o coração, o rim e o fígado. Para mim sobrava tórax e pescoço”.
E comer carne crua não foi difícil? “Depois de passar a maior parte da semana sem comida, pode ser a melhor coisa que já comeu”, frisou o britânico na entrevista.
Nesses 18 meses houve “vários momentos assustadores”, mas recorda um que eventualmente lhe salvou a vida, quando um lobo “lhe disse” para não ir ao rio. “-lo de uma forma muito agressiva, mordendo partes do meu corpo e chegando ao ponto de me derrubar para dentro de uma árvore oca”, recorda.
Algumas horas mais tarde, lambeu-lhe o rosto e levou-o ao rio, onde Shaun Ellis viu sinais de que um urso gigante tinha estado lá.
Decidiu regressar a Inglaterra depois de ver a sua imagem reflectida na água e já não se reconhecer. Diz que abandonar a sua família de lobos foi a decisão mais difícil da sua vida. Mas arranjou outra. Shaun Ellis trabalha no Parque de Vida Selvagem Combe Martin e adoptou três crias de lobo abandonadas à nascença, como líder da família."


1 comments:

At quarta-feira, 10 fevereiro, 2010 PanteraÁgil said...

Um exemplo de que a Natureza sabe sempre o que faz...

Basta respeitá-la, compreendê-la e amá-la.

 

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