Momento "Cineclube"

Durante uma viagem de avião, fui "presenteado" com um filme cujo título me era completamente desconhecido: "The Ultimate Gift". Apesar de não ter som, e não estar muito interessado em ir até lá fora esticar as pernas (:P) decidi-me por ver no que ia dar.
Segundo os críticos, aparentemente foi um falhanço cinematográfico... mas em DVD foi um sucesso... vá-se lá perceber, ou até se percebe. Para os críticos de cinema impera a arte (e como não percebo muito disso, abstenho-me de comentar o filme nessa perspectiva). Para o comum dos mortais que compra DVDs importa mais o conteúdo do filme ou a mensagem que pretende transmitir.

Este filme é baseado no livro homónimo de Jim Stovall.

Fiquei impressionado com a mensagem que o filme transporta... quem diria, num filme de avião...
Como os elementos da minha secção andam as voltas com a escolha do tema e do imaginário para os próximos meses, e talvez mais sensibilizado para isso, deparei com a excepcionalidade que este filme teria para ser usado como Empreendimento.

Em curtas palavras, o protagonista terá de passar por 12 provações que se transformarão em dádivas, para obter uma suposta herança do seu falecido avô. A saber:

  • A Dádiva do trabalho
  • A Dádiva dos problemas
  • A Dádiva dos amigos
  • A Dádiva da doação
  • A Dádiva da gratidão
  • A Dádiva da família
  • A Dádiva do conhecimento
  • A Dádiva do dinheiro
  • A Dádiva do riso
  • A Dádiva de um dia
  • A Dádiva dos sonhos
  • A Dádiva do amor, que leva para a Dádiva Definitiva
Todo o enredo e desenvolvimento dariam pano para mangas para um grupo de escuteiros devidamente inspirados e criativos. Uma mensagem importantíssima é transmitida pelo filme, que aconselho vivamente a ser visto, independentemente da qualidade cénica, ou de realização.

Uma prova de que todos os dias somos abençoados por todos os lados e nem damos conta do valor que os momentos, as pessoas, cada segundo pode ter nas nossas vidas.

Fica o desafio e, para adoçar o apetite, o trailer pode ser visto em baixo.

Acabou por ser uma dádiva aquele voo... foi pena não estarem lá os pioneiros... (provavelmente se estivessem, não iriam perceber a mensagem....)

A vida é mesmo assim! Cabe ao escutismo saber moldar os jovens para estarem atentos a todos os pormenores que os rodeiam e a todos os momentos que vivem em grupo, equipa, ou mesmo sozinhos...



Proposta para símbolos

Há algum tempo atrás, surgiu um desafio de que se pudessem lançar propostas para compôr uma simbologia para o exploradores, visto que na mística e simbologia que agora finda, não havia essa explicitação como existia para as outras secções. A equipa de animação da IIa., em que estava inserido, em conjunto com os guias, lançámos algumas ideias. Entretanto, esse desafio acabou por não ter continuidade, mas de qualquer forma partilho aqui essas propostas, que poderão, creio eu, enriquecer pontualmente a simbologia recém criada (a saber, Flor-de-Lis, Vara, Chapéu, Cantil e Estrela)

Ponte
A ponte é o meio que nos permite transpor barreiras naturais como rios e vales profundos. Existem vários tipos de pontes: pontes de pedra que ligam duas margens, precipícios… e que perduram ao longo dos anos, pela sua solidez um pouco à semelhança da aprendizagem que fazemos nos exploradores e que fica connosco pela vida fora, ou as amizades e o espírito fraterno que cultivamos; existem as pontes de ferro com as suas múltiplas ligações que nos alertam para o papel que todos têm no movimento, que, se retirarmos um elemento se perde o equilíbrio, tal como acontece nas patrulhas; temos ainda as pontes de madeira, mais frágeis, que se podem lançar num sítio hoje, nesta aventura e se podem lançar amanhã noutra.

Lupa
A lupa permite ver as coisas pequenas maiores. Passamos a ter a capacidade de darmos maior valor ao que, apesar de ser pequeno, tem muita importância. Dá-nos a capacidade de explorarmos mais facilmente o que não é visível a olho nu. Torna-nos a realidade maior, aumentada, grandiosa, mas sem que deixe de ser realidade.

Folha Verde
A folha verde é sinal de vida, vida nova, vida que renasce. As folhas verdes no início da primavera, da primavera da vida são o sinal visível de que a vida já rebentou, já floresceu, que em breve haverá condições para que a árvore dê flor e mais tarde, fruto. Os exploradores são essas folhas verdes que nascem no seio da família, da sociedade, do C.N.E. Já não são rebentos frágeis e ainda não estão revestidos de toda a beleza da flor. São folhas que revestem a forma das árvores, escondendo os seus ramos para darem lugar à verdura fresca da alegria, do movimento. Os exploradores são também frágeis quando se deixam abater pela tristeza, tal como as folhas se deixam cair com a chegada do Inverno.

Aperto de Mão
Para além de toda a simbologia que o aperto escutista contém derivada da vivência de Baden Powell podemos ainda associar que: - A unidade eleva a força com que as aventuras são vividas e atenua as dificuldades pois estas são partilhadas por mais gente - Significa continuidade nos objectivos, nas experiências e nos sentimentos - O contacto com outras culturas, tradições, e tudo o que puder ser posto em comum, tal como nos reporta a mística dos navegadores.